"Fiz
leilão da minha casa em S. Paulo e
montei outra aqui - rua Professor Gabizo
97. Vida nova, tudo novo. Não quero nada
que lembre o passado. Quem vive a olhar
para o passado é como quem caminha de
calcanhares para a frente." Rio,
8/11/1925. 1926 - Monteiro Lobato
publica em O Jornal, do Rio de
Janeiro, uma série de artigos sobre Henry
Ford. Vertidos para o inglês, seriam
editados no opúsculo How Henry Ford
is regarded in Brazil.
Março
de 1926 - Lobato concorre novamente e
perde a eleição na Academia Brasileira
de Letras.
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20/3/1926 O Diário
de São Paulo publica o artigo "O
nosso dualismo" em que Lobato,
referindo-se ao modernismo, afirma:
"Essa brincadeira de crianças
inteligentes (...) vai desempenhar uma
função muito séria em nossas letras.
Vai forçar-nos a uma atenta revisão de
valores e apressar o abandono de duas
coisas a que andamos aferrados: o
espírito da literatura francesa e a
língua portuguesa de Portugal." 13/5/1926
Pelas páginas do suplemento paulista do
jornal A Manhã, Mario de Andrade
refuta o artigo "O nosso
dualismo" com o texto "Post-Scriptum
Pachola". Ao final, "com o
coração sangrando e os olhos mojados de
lágrimas" , anuncia a morte de
Lobato. Mais um capítulo da polêmica
com os modernistas.
Agosto
de 1926 - A Revue de L'Amerique Latine,
n.º 56, publica Meu conto de
Maupassant, de Urupês, vertido para
o francês por Jean Duriau.
5/9 a
1/10/1926 O jornal A Manhã
lança com grande estardalhaço o
folhetim O choque das raças,
publicado sob a forma de livro
pela Companhia Editora Nacional no natal
do mesmo ano, com tiragem de 16 mil
exemplares.
Seu
único romance e tendo como temática um
evento futurista as eleições nos
EUA em 2228 -, nessa obra Lobato realiza
uma profunda reflexão sobre
preocupações permanentes da humanidade.
Discute temas como a luta entre os sexos,
conflitos raciais e injustiça social, ao
mesmo tempo em que reavalia os conceitos
de liberdade e dominação. Apesar da
admiração pelos EUA, coloca o dedo na
ferida da desigualdade entre as raças e
do perigo do consumismo extremado daquele
país.
1927
Lançamento de As aventuras de
Hans Staden, adaptação de Meu
cativeiro entre os selvagens do Brasil para
o público infantil.
Janeiro
de 1927 Lobato publica, em O
Jornal, do Rio de Janeiro, sob a
forma de folhetim, Mister Slang e o
Brasil, que tinha como subtítulo
"Colóquios com o inglês da
Tijuca". Seria lançado como livro
em maio desse mesmo ano, pela Companhia
Editora Nacional.
"A
nossa nova empresa editora vai com todos
os ventos favoráveis. Cada edição, um
triunfo. (...) Queres ver como entre nós
vão as coisas evoluindo e como está
ficando yankee a nossa técnica
editora? Anos atrás, na velha companhia,
quando tirávamos de uma obra 3.000, todo
mundo achava que era arrojo. Pois hoje
começamos muitas com 10.000 (...). E
soltamos a avalanche de papel sobre o
público como se fosse uma droga de
farmácia, um Biotônico. Anúncios,
circulares, cartazes, o diabo. O público
tonteia, sente-se asfixiado e engole
tudo. (...) Editar é fazer psicologia
comercial." Rio, 7/2/1927.
15 e
17/2/1927 - La Revue Nouvelle
publica na França o Imposto Único,
texto de Lobato traduzido por Jean
Duriau.
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